Uma palavra sobre irrigar na época seca….

Desista!

Forçar as plantas de crescerem fora da sua época não dá lucro. Você vai gastar um mundo de água, estragar sua terra com salinização e colher menos que que gastou na conta de luz para manter as bombas funcionando.

Mas a irrigação tem seu lugar, especialmente com o clima incerto. Pode salvar uma cultura quando bate um veranico passageiro. E pode estender a época de plantio o suficiente para colher o que foi plantado.

No ano passado salvamos nossa cultura de feijão com três aplicações de irrigação durante um período seco. Decidimos não plantar mais feijão em campos que não tenham a possiblidade de irrigação.

No outro lado, nosso milho local “catetinho” é bem mais resistente às mudanças de clima, e raramente precisa de irrigação para sobreviver.

Finalmente têm culturas mais adaptadas à pouca água:  um canteiro de 50 pés de aipim, quase o suficiente para um ano se for produtivo (ainda não foi colhido) foi mantido com somente três aplicações de irrigação, e as chuvas eventuais de verão (nossa época de plantio é o inverno). O amendoim (que é muito resistente à seca) que plantamos nas entrelinhas do aipim, também está saudável, formando uma boa quantia de frutos. Além disso, o amendoim melhora o solo, mais até que o feijão de corda.

E a irrigação por gotejamento pode possibilitar um pomar, especialmente de cítricos, que exigem água regularmente em pequenas quantidades.

Assim a irrigação tem seu lugar na agricultura sertaneja. Mas é uma ferramenta perigosa se não aplicada com cuidado….

E uma terra, uma vez salinizada, é muito difícil e caro de recuperar!