Em dezembro duas abóboras boas apodreceram, e as sementes brotaram.
Como queria “salvar a raça”, plantei três berços de abóbora no auge da seca.
Como abobora é muito exigente em água, isto exigiu que irrigássemos praticamente todos os dias, gastando uma enorme quantidade de água.
No final das contas, produziram três abóboras. Se for calcular quantos litros de água foi gasto para cada abóbora, é facilmente perto de duzentos litros!
Isto chamo de “irrigação frívola”: plantar na seca as culturas de inverno (nossa época de chuva) exigentes em água.
Um exemplo clássico é plantar milho no verão (nossa época de seca aqui). Um vizinho se queixou que pagou R$500 por mês de conta de luz, por causa da bomba de água. Ele colheu R$850 de milho, numa cultura de 4 meses. O milho nem pagou a conta de luz, sem falar dos insumos e mão de obra…
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Mas têm culturas que compensam a irrigação: árvores em particular, e culturas de ciclos longos, como o aipim.
Ao lado do canteiro das abóboras plantamos um canteiro com 50 pés de aipim, consorciados com amendoim.
Irrigamos somente três vezes. O aipim está formando raízes e não vai precisar de mais água já que as chuvas estão perto.
Cinquenta pés, se carreguem bem, seriam o suficiente para um ano (duas refeições por semana). Isto, sim, foi um exemplo onde a irrigação valeu a pena!
Chamamos isso de “irrigação de salvação”.
Neste momento (meados de maio), estamos com nossas abóboras plantadas, e as chuvas suspenderam. Estamos mantendo os pés com irrigação por gotejamento, enquanto as chuvas não voltem.
Isto também é um exemplo de “irrigação de salvação”. Se não tivéssemos este recurso (novo para nós, graças ao novo poço), não teríamos abóboras este ano.
Infelizmente, comas incertezas do clima, vamos precisar cada vez mais os recursos de irrigação de salvamento para as culturas mais exigentes.
(OBS. Dia 24 de março as chuvas voltaram!)